sábado, 21 de novembro de 2009

UMA NAÇÃO DE CÓCORAS DORA KRAMER

UMA NAÇÃO DE CÓCORAS DORA KRAMER
Quinta-feira, 15 de outubro de 2009 Estado de S. Paulo Objetivamente: qual a necessidade de o presidente da República passar três dias vistoriando obras do projeto de transposição das águas do Rio São Francisco em quatro Estados, na companhia de uma vasta comitiva de ministros, entre eles a chefe da Casa Civil?
Para uma vistoria, engenheiros dariam conta do recado. Para uma prestação de contas à sociedade com a finalidade de mostrar que as obras estão andando, há verbas (abundantes) de propaganda institucional.
Mas, como o objetivo não é verificar coisa alguma e a publicidade pura e simples, no caso, não cumpre o objetivo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ocupa três dias ubres dos raros que tem passado no País com uma turnê de acampamentos e pronunciamentos de carater pura e explicitamente eleitoral.
Isso quando há problemas graves que mereceriam do presidente mais que referências ligeiras ou declarações de natureza político-partidária, ora em sentido de ataque, ora de defesa.
Exemplos mais recentes: o cancelamento por fraude do Enem e o confisco temporário de parte da devolução do Imposto de Renda para cobrir gastos públicos contratados pela necessidade de sua excelência alimentar o mito do grande beneficiário da Nação, empreendedor ousado.
Mas o que espanta já não é mais o que Lula faz. O que assusta é o que deixam que ele faça. E pelas piores razões: uns por oportunismo deslavado, outros por medo de um fantasma chamado popularidade, que assombra - mas, sobretudo, enfraquece - todo o País.
Fatos são os que os poderes, os partidos, politicos, as instituições, as entidades organizada, a sociedade estão todos intimidados, de cócoras, ante um mito que se alimenta exatamente da covardia alheia de apontar o que esta errado.
Por receio de remar contra a corrente, mal percebendo que a corrente é formada justamente por força da intimidação geral, temor de ser enquadrado na categoria dos golpistas.
Tomemos o partido de oposição que pretende voltar ao poder nas próximas eleições, o PSDB, pois ontem um dos postulantes à candidatura presidencial, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, manifestou-se com muita clareza a respeito dessa última e mais atrevida turnê eleitoral financiada com dinheiro do bolso de quem é partidário do presidente e de quem não é.
Acho que o presidente tem todo direito de viajar pelo País. Isso faz parte do jogo político. Eu não me preocupo com essas viagens. Acho que elas são legítimas, da mesma forma que nós, da oposição, de forma extremamente respeitosa, temos de ter nossa estratégia. Isso é a democracia, disse o governador, num momento de acentuado equívoco. Pelo seguinte: não se trata de a oposição se preocupar eleitoralmente ou não com as viagens de Lula. Inclusive porque a questão não são as viagens, mas a natureza eleitoral, partidária, portanto, e o fato de transgredirem a lei no que tange ao uso da máquina pública.
A declaração do governador de Minas, sendo ele quem é no cenário político e em particular de seu partido, representa a voz do PSDB. Que, portanto, não apenas aceita que o dinheiro público seja usado pelo governante para financiamento de campanha como, ao achar tudo muito natural e legítimo, confessa que faria (se já não faz) o mesmo.
O governador de Minas, e de forma mais contida o de São Paulo, José Serra, acham que fazendo vista fgroassa a todos e quyalquer tipo de transgressão estão sendo politicamente espertos, quando, apenas foram de suas responsabilidades como homens publicos que se pretendem ser integros, conforme pregou noutro dia o governador Serra. Não contestam coisa alguma, coonestam e assim vão amaciando, respeitosamente, o caminho rumo ao Palácio do Planalto.
Pode até ser que a estratégia dê certo sob o ponto de vista eleitoral da oposição. Mas é um desserviço à democracia, que, ao contrário do que parece pensar o governador Aécio, não siginifica liberdade para transgredir, mais respeito ao direito – e ao dinheiro – de todos Modo de operação. O diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência, Wilson Trezza, diz que a Abin não tem como prevenir ações violentas do MST. Considerando a quantidade de atos de violência já cometidos pelos sem-terra, tal declaração se não é fruto de incompetência é produto de conivência. Dominatrix. Lula controla o Congresso, indicou quase todos (8 dos 11) ministros do Supremo Tribunal Federal, fez a Petrobrás retroceder aos tempos de controle político e agora quer dar um chega para lá em Roger Agnelli, porque o presidente da Vale não lhe presta a reverência exigida.É por essas e muitas outras que o presidente da República vocifera contra os excessos do Tribunal de Contas da União. À exceção de seu ex-ministro das Relações Institucionais José Múcio Monteiro, Lula não conseguiu emplacar uma indicação ao TCU. Autor Desconhecido. Difusão: Gerado Porci de Araújo.20/11/09.

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