quinta-feira, 8 de março de 2012

LAMPIÃO MODERNO



"Alguém aí tem resposta. Pra pergunta que eu faço? Lampião, rei do cangaço. Foi bandido ou foi herói? Nem sei se esta é a questão, Pois hoje a corrupção.
Tem um punhal cangaceiro. Sangrando a dignidade. De quem é bom brasileiro.
O Virgulino moderno. Exibe carro importado, Tem jatinho e muito mais.
A caneta é seu fuzil, Com ela assalta o Brasil. Do jeito que sempre quis: Feito cupim na madeira, Fazendo uma buraqueira. Nas finanças do País. Esse novo Virgulino.
Não tem chapéu estrelado, nem canta Mulher Rendeira. Ele não dorme no mato, ama o conforto e o bom trato.
E não aguenta repuxo: Com seu dinheiro e malícia, quando foge da polícia, Se esconde em hotel de luxo. Não anda pelas caatingas, nem cruza moita de espinho, Mas constrói o seu caminho Com muito nome esquisito: É fraude, é clientelismo, é  pilhagem, e nepotismo e propina e malandragem.
Mas ele não se contenta: A tudo isso acrescenta a mentira e a rapinagem.
No palanque faz de Deus. O seu cabo eleitoral, criando o clima ideal á exploração da fé.
Seu discurso é de devoto, mas sua fé é o voto da humilde multidão que, inocente, se dobra: Vira massa de manobra nas garras do Lampião.
O seu instinto perverso é muito sofisticado: Ele mata no atacado,  quando desvia milhões em cada cheque que assina.
O bandoleiro assassina gente em escala brutal de onde vem a matança?
Da falta de segurança, de médico, hospital... É direito da criança ensino de qualidade.
Mas dessa realidade Pouca criança desfruta. E quanto ao saneamento não existe investimento, neste importante setor porque o nosso dinheiro vai parar no estrangeiro, na conta do malfeitor.
O cangaceiro de hoje tem site na Internete e grava até em disquete os seus planos de ação. Certo da impunidade, ele se sente à vontade pra dizer sem embaraço,
Justificando a orgia: - Lampião nada fazia já eu roubo, mas eu faço! Enso até ser injustiça, comparar o Virgulino á do sertão nordestino homo esses cabras de hoje.
Pois de uma coisa estou certo: Lampião nem chega perto desses que, de forma vil e com bastante requinte, saqueiam o contribuinte que ainda crê no Brasil.
Ah, capitão Virgulino, que andas fazendo agora? Chega de tanta demora.
Sai dessa cova, ligeiro, vem retomar teu reinado! Anda logo, desgraçado, chama teus, cabras de fama, traz Corisco e Ventania, quinta-feira, e Pontaria, tira o país dessa lama!
Chama Dada traz Maria. Para te dar inspiração, de traz Canários, e Azulão.
Onde andam Moita Brava, jararaca e Zé Sereno, que provaram do veneno da refrega sertaneja? E Bem-Te-Vi, bom de briga, cantando a mesma cantiga, não vai fugir da peleja.
Não esquece, Volta Seca sabonete, e Jitirana, que viravam caninana, nos instantes de combate. Chama também Zé Baiano, pois entra ano e sai ano e a coisa fica mais feia. Já são muitos excluídos e a culpa é de bandidos  que precisam levar peia!
 Anda logo, que o Brasil já se cansou do teu mito, ouve o apelo e o grito Do povo deste país. Mas cuidado, Capitão, Cuidado com a mangação que pode ser um  horror. Já tem corrupto espalhando que, em formação de bando, lampião era amador!" Créditos: Autoria: Carlos Araújo Música: Para não dizer que não falei das flores (Geraldo Vandré ) Formatação: Desconhecida. Difusão: Geraldo Porci de Araújo. 17/02/2

Nenhum comentário:

Postar um comentário