"Alguém
aí tem resposta. Pra pergunta que eu faço? Lampião, rei do cangaço. Foi bandido
ou foi herói? Nem sei se esta é a questão, Pois hoje a corrupção.
Tem um punhal
cangaceiro. Sangrando a dignidade. De quem é bom brasileiro.
O Virgulino
moderno. Exibe carro importado, Tem jatinho e muito mais.
A caneta é
seu fuzil, Com ela assalta o Brasil. Do jeito que sempre quis: Feito cupim na
madeira, Fazendo uma buraqueira. Nas finanças do País. Esse novo Virgulino.
Não tem
chapéu estrelado, nem canta Mulher Rendeira. Ele não dorme no mato, ama o
conforto e o bom trato.
E não aguenta
repuxo: Com seu dinheiro e malícia, quando foge da polícia, Se esconde em hotel
de luxo. Não anda pelas caatingas, nem cruza moita de espinho, Mas constrói o
seu caminho Com muito nome esquisito: É fraude, é clientelismo, é pilhagem, e nepotismo e propina e malandragem.
Mas ele não
se contenta: A tudo isso acrescenta a mentira e a rapinagem.
No palanque faz de Deus. O seu cabo eleitoral,
criando o clima ideal á exploração da fé.
Seu discurso
é de devoto, mas sua fé é o voto da humilde multidão que, inocente, se dobra: Vira
massa de manobra nas garras do Lampião.
O seu
instinto perverso é muito sofisticado: Ele mata no atacado, quando desvia milhões em cada cheque que
assina.
O bandoleiro
assassina gente em escala brutal de onde vem a matança?
Da falta de segurança, de médico, hospital... É
direito da criança ensino de qualidade.
Mas dessa
realidade Pouca criança desfruta. E quanto ao saneamento não existe
investimento, neste importante setor porque o nosso dinheiro vai parar no estrangeiro,
na conta do malfeitor.
O cangaceiro
de hoje tem site na Internete e grava até em disquete os seus planos de ação. Certo
da impunidade, ele se sente à vontade pra dizer sem embaraço,
Justificando a orgia: - Lampião nada fazia já
eu roubo, mas eu faço! Enso até ser injustiça, comparar o Virgulino á do sertão
nordestino homo esses cabras de hoje.
Pois de uma
coisa estou certo: Lampião nem chega perto desses que, de forma vil e com
bastante requinte, saqueiam o contribuinte que ainda crê no Brasil.
Ah, capitão
Virgulino, que andas fazendo agora? Chega de tanta demora.
Sai dessa
cova, ligeiro, vem retomar teu reinado! Anda logo, desgraçado, chama teus,
cabras de fama, traz Corisco e Ventania, quinta-feira, e Pontaria, tira o país
dessa lama!
Chama Dada
traz Maria. Para te dar inspiração, de traz Canários, e Azulão.
Onde andam Moita Brava, jararaca e Zé Sereno,
que provaram do veneno da refrega sertaneja? E Bem-Te-Vi, bom de briga, cantando
a mesma cantiga, não vai fugir da peleja.
Não esquece,
Volta Seca sabonete, e Jitirana, que viravam caninana, nos instantes de
combate. Chama também Zé Baiano, pois entra ano e sai ano e a coisa fica mais
feia. Já são muitos excluídos e a culpa é de bandidos que precisam levar peia!
Anda logo, que o
Brasil já
se cansou do teu mito, ouve o apelo e o grito Do povo deste país. Mas cuidado,
Capitão, Cuidado com a mangação que pode ser um
horror. Já tem corrupto espalhando que, em formação de bando, lampião
era amador!" Créditos: Autoria: Carlos Araújo Música: Para não dizer que
não falei das flores (Geraldo Vandré ) Formatação: Desconhecida. Difusão: Geraldo
Porci de Araújo. 17/02/2
Nenhum comentário:
Postar um comentário