quarta-feira, 22 de setembro de 2010

ONDE ESTÁ TEU AGUILHÃO?


A partir do Iluminismo, a humanidade passou a conviver de maneira crescente com a noção idealista de um evolucionismo sempre positivo. Acreditava-se, então, que, assim como a natureza evoluía para formas cada vez mais complexas, o pensamento e a cultura se elevariam de maneira inexorável na direção da verdade e do bem.
Surpresa! A ciência criou a bomba atômica. A organização “perfeita” da sociedade abriu o século XX para os manicômios políticos, o racismo ideológico, a eugenia e as mais terríveis formas de totalitarismo que a humanidade conheceu. E os desencontros com a verdade foram tão flagrantes que a sociedade foi invadida por um relativismo que em tudo e por tudo dela se afasta. Paul Johnson, em seu admirável “Tempos Modernos”, relata esse fenômeno a partir das reflexões feitas por Einstein, aturdido perante o fato de que sua Teoria da Relatividade fora apropriada para atribuir consistência ao relativismo moral (que ele qualificava como doença), e registra: “Houve vezes, no final de sua vida, em que Einstein afirmou desejar ter sido um simples relojoeiro”.
A Paixão de Cristo e a Páscoa da Ressurreição nos colocam frente ao fato central da História. Para os cristãos, a história é História da Salvação. E Cristo é o senhor da História. Deus não é alguém que joga dados como ironizavam alguns cientistas no início deste século, nem está subjugado a outras leis que não a do Amor, que é a lei da própria natureza de Deus, eis que “Deus é amor”. Como sustenta S. Paulo, quando até mesmo a fé e a esperança tiverem passado, permanecerá o amor porque Ele será, então, tudo em todos.
Por mais que o século XIX tenha declamado a crônica da morte de Deus, e por mais que o século XX tenha tentado transformá-lo numa espécie de gás da Coca-Cola da existência (apreciado por quem acha que sem Ele a vida fica meio xarope), o fato é que o Senhor da História venceu a morte (“Morte, onde está teu aguilhão?”) para que tivéssemos vida plena e não vivêssemos como personagens de Platão na Alegoria da Caverna, vendo apenas o fim de tudo porque o fim de tudo é tudo o que o começo nos mostra. Autor: Desconhecido. Divusão: Geraldo Porci de Araújo. 04/4/07.

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