terça-feira, 23 de junho de 2009

NOSSO MAIOR PROBLEMA

NOSSO MAIOR PROBLEMA
Meninos e meninas, eu vi. Eu vi o senador Cristovam Buarque, na tribuna do Senado, sugerindo um plebiscito para que a população decida sobre se o Congresso deve ou não ser fechado. Disse ele: “As razões não são apenas as dos escândalos. São as razões da inoperância e são as razões do fato de que estamos hoje numa situação de total disfunção diante do poder. De um lado, tem as medidas provisórias do Executivo e, de outro, as medidas judiciais do Judiciário. Nós somos quase que irrelevantes”. Não fosse o tom brando e adocicado, o discurso do senador Cristovam Buarque teria sido peça padrão do papo político nacional. Típico, típico, mesmo seria proferi-lo em tom indignado, numa mesa de bar. Mas o roteiro foi clássico. Começou reprovando obviedades e terminou propondo uma asneira. Ele não quer uma reforma política como precisaria ser feita. Ele sugere uma espécie de AI-5 da “cidadania”. Ou haverá quem tenha dúvidas sobre o resultado de tal consulta popular, caso a ideia fosse levada a sério? O senador, que diz ser contra o fechamento, mas propõe o plebiscito, é o Márcio Moreira Alves da vez. Eis, leitor, para onde desanda o Parlamento em nossa combalida democracia, por culpa de uma elite que só o vê como palco do jogo de interesses e conveniências, de um modelo institucional que há um século não consegue produzir algo melhor do que isso mesmo, e de um plenário que se abaixa até mostrar os fundilhos. Percival Puggina 12/04/2009 em Zero Hora

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