segunda-feira, 22 de junho de 2009

O FUTURO ENTRE MAD MAX E A GUERRA NUCLEAR

O FUTURO ENTRE MAD MAX E A GUERRA NUCLEAR
O centro de pesquisa e inteligência CSIS é um dos mais respeitados institutos de estudos de política internacional em Washington. O centro, mais para conservador, costuma fazer análises e prognósticos sobre diplomacia, comércio exterior e segurança. Recentemente, o CSIS reuniu um time especial para avaliar os riscos trazidos pelas mudanças climáticas. O estudo “The Age of Consequences” (algo como A Era das Consequências) é assinado por alguns analistas de peso, como Jame Woolsey, ex-diretor da CIA e Leon Fuerth, ex-conselheiro de segurança nacional do vice-presidente Al Gore.
Os pesquisadores traçaram três cenários possíveis, dependendo dos níveis de emissões das próximas décadas. O mais severo é se a temperatura subir 5,6 graus centígrados até 2100. Nesse caso, o estudo prevê ondas de fome e pandemias, desaparecimento da vida nos oceanos, inundações de cidades litorâneas e escassez de água, além de desertificação de vastas extensões de terras densamente povoadas hoje. Isso provocaria migrações de bilhões de refugiados, terrorismo em larga escala e guerras envolvendo armas nucleares. Regiões mais frágeis, como África, entrariam em convusão. A estabilidade de todos os países seria ameaçada.
Nas palavras do próprio relatório: “É virtualmente impossível contemplar todos os aspectos nacionais e internacionais que serão inevitavelmente afetados se a temperatura subir mais de 3 graus e aumento do nível do mar for medido em metros. Como um participante notou, deixar as mudanças climáticas correrem soltas equivale a enfrentar o mundo descrito por Mad Max, só que mais quente, sem praias e talvez com ainda mais caos. Se este tipo de caracterização parece extrema, um exame cauteloso de todas as conseqüências potenciais das mudanças climáticas é profundamente perturbador. A única experiência comparável para muitos do grupo foi um confronto nuclear entre os EUA e a URSS no auge da Guerra Fria”.
Parece exagero? Segundo um estudo recente do Hadley Center, o principal centro de pesquisa climática britânico, a projeção de temperatura para o fim do século pode caber no cenário mais dramático traçado pela CSIS. Pelo estudo, se uma revolução energética começar a partir de 2010 para reduzir as emissões, chegaremos em 2100 com algo entre 2,9 e 3,8 graus a mais. Se as reduções só começarem em 2050, a temperatura vai para 4 a 5,2 graus a mais. E se nada for feito para mudar nosso estilo de vida, a previsão para 2100 é para algo entre 5,5 e 7,1 graus a mais.
É por isso que os cientistas vem pedindo cada vez mais urgência na redução dramática das emissões, via substituição dos combustíveis fósseis e suspensão no desmatamento. Inclusive, a medida mais econômica e de efeito mais imediato (embora limitada na escala) para tirar carbono da atmosfera é replantar florestas. (Alexandre Mansur) 18.3.09

Nenhum comentário:

Postar um comentário