sexta-feira, 26 de junho de 2009

PETROBRAS

PETROBRAS
Salários de diretores da petrobras têm reajuste médio de 90% O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva transformou os diretores da Petrobras em verdadeiros xeiques. Segundos documentos internos da estatal, os vencimentos dos executivos da empresa, nomeados para os cargos por indicação política, tiveram um aumento médio de 90% entre 2003 e 2007. Nesse período, a inflação medida pelo IPCA acumulada foi de 28,16%. Os papéis encaminhados pela empresa ao Ministério da Previdência e à Receita Federal mostram que os vencimentos (salários mais bônus) de cada um dos diretores da empresa fecharam 2007 em torno de R$ 710 mil, o que deu uma média mensal salarial de R$ 60 mil. Esse valor é bem maior que o dos salários dos ministros do Supremo Tribunal Federal (SRF), de R$ 24,5 mil, fixado como teto salarial do funcionalismo público pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
A papelada, obtida com exclusividade pelo Estado de Minas, mostra, por exemplo, que os vencimentos do diretor de Operações e Exploração da empresa estatal, Guilherme de Oliveira Estrella, saltaram de R$ 368.711,36, em 2003, para R$ 701.764,79 em 2007. Funcionário de carreira, Estrella conseguiu também engordar sua aposentadoria nesse período. No ano passado, o diretor recebeu R$ 153.361,83 da Petrus – o fundo de pensão dos funcionários da estatal. Esse valor é muito superior aos R$ 92.038,92 que o diretor recebeu da mesma fonte em 2003. Basta uma conta simples de somar para chegar à conclusão de que Estrella recebeu da Petrobras e da Petrus R$ 858.597,29. Ele embolsou ainda um 13º salário de RS$ 84.648,24. Petista histórico de carteirinha, Estrella soube compensar o partido, que em 2003 o nomeou para o cargo de diretor. Em 2007, ele fez uma doação de R$ 25.200 para os cofres do PT.
Os constantes aumentos também beneficiaram o presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli de Azevedo, e os diretores Almir Guilherme Barbassa (Financeiro), Paulo Roberto Costa (Abastecimento), Maria das Graças Silva Foster (Gás e Energia), Jorge Luiz Zelada (Internacional) e Renato de Souza Duque (Serviços). Eles receberam em 2007 em torno de R$ 710 mil de salários e outros bônus. Os vencimentos de Duque, empossado em 2003, saltaram de RS$ 369.711,36 em 2003 para R$ 706.260,68 em 2007.
Conselho: Diferentemente dos demais servidores da Petrobras, cujos aumentos salariais são definidos em acordo coletivo da categoria, os vencimentos dos diretores são decididos numa assembleia geral ordinária do conselho administrativo e fiscal da empresa, que acontece uma vez por ano. A assembleia do conselho deste ano aprovou, por exemplo, em 8 de abril de 2009, a destinação de R$ 8,2 milhões para o pagamento de salários e outros benefícios aos diretores, conselheiros e presidente da estatal. O conselho de administração da Petrobras é presidido pela ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Fazem parte ainda do conselho o ministro Guido Mantega (Fazenda), José Sérgio Gabrielli Azevedo, Francisco Roberto de Albuquerque, Fábio Collete Barbosa, Jorge Gerdau, Luciano Galvão Coutinho, Sérgio Frankilin Quintella e Silas Rondeau Cavalcante Silva (ex-ministro do Planejamento).
A última assembleia fixou os salários dos conselheiros de administração e fiscal em 10% dos vencimentos dos diretores. Os conselheiros só não têm direito a passagem área, previdência privada e auxílio moradia. Levando-se em conta que cada diretor recebe em média RS$ 60 mil por mês, o salário dos conselheiros em 2007 ficou em torno de R$ 6 mil por mês. Isso explica porque o ex-ministro Silas Roundeau, demitido no ano passado sob a acusação de envolvimento com a Construtora Gautama, está radiante com o novo cargo arranjado mais uma vez por seu padrinho político, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB). Ele passou a receber a bolada para participar de uma reunião a cada quatro meses
Autor: Amaury Ribeiro Jr. - Correio Braziliense. 26/6/09

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