NOS ACULTURAMOS AO PAGANISMO? MENSAGEM CRISTÃ
Quando se analisam as circunstâncias em que as sementes do cristianismo foram semeadas, tudo parece muito lógico. A sociedade era decadente nos seus costumes, observava uma religiosidade inferior e insuficiente, sua “universalidade” se confundia com a “romanidade” - sendo, portanto, muito limitada para satisfazer a todos - e estava engessada em privilégios. Nesse terreno, esterilizado pelo hedonismo, ócio, injustiça e violência, os primeiros cristãos anunciavam e testemunhavam a fecundidade do trabalho, da pureza, o valor da família e a igual dignidade de todas as pessoas, entre as quais não distinguiam judeus e gregos, pobres e ricos, escravos e livres. Nesse mundo, ser cristão foi um ato de heroísmo, mas o cristianismo era tudo o que os “homens de boa vontade” podiam desejar.
E hoje? Se por um lado podemos afirmar que a melhor evolução cultural da humanidade se fez no sentido para o qual apontavam os homens e as mulheres da primeira evangelização; se o cristianismo persiste como a mais elevada compreensão da natureza humana e a principal força dos que buscam a vida plena; se a Fé com o tamanho de um grão de mostarda ainda remove as montanhas da inércia e faz de carne os corações empedernidos; se tudo isso é verdade - e é verdade! - por outro lado o terreno parece uma vez mais esterilizado pelo hedonismo, pelo ócio, pela injustiça, pela violência, e nunca (mas nunca mesmo) a humanidade foi tão idólatra.
De lá para cá, o mundo se expandiu e se encolheu. Primeiro comovendo os corações dos bárbaros e, depois, levando nas velas a cruz da Salvação, a Igreja atravessou os oceanos e fez santos entre os selvagens de toda parte. Uma permanente evangelização dos pagãos num mundo tão grande que parecia não ter fim! Com o fluir dos séculos, contudo, os avanços da ciência e da técnica reduziram as distâncias e venceram os espaços, de tal forma que as religiões e as idolatrias se universalizaram. E são precisamente esses os contendores e os ambientes do novo milênio.
Numa perspectiva histórica, a realidade é muito semelhante àquela que se seguiu à queda do Império Romano. Então, era preciso recomeçar; agora, também. Onde estão, porém, nossos Agostinho, nossos Remígios, nossos Columbanos, nossos Bonifácios? Nossos cristãos se aculturaram ao paganismo? Cometerão, talvez, a suprema e trágica blasfêmia de considerar a mensagem de Cristo insuficiente para essa sociedade estéril? Julgarão ins
Percival Puggina. 30/9/07.
Quando se analisam as circunstâncias em que as sementes do cristianismo foram semeadas, tudo parece muito lógico. A sociedade era decadente nos seus costumes, observava uma religiosidade inferior e insuficiente, sua “universalidade” se confundia com a “romanidade” - sendo, portanto, muito limitada para satisfazer a todos - e estava engessada em privilégios. Nesse terreno, esterilizado pelo hedonismo, ócio, injustiça e violência, os primeiros cristãos anunciavam e testemunhavam a fecundidade do trabalho, da pureza, o valor da família e a igual dignidade de todas as pessoas, entre as quais não distinguiam judeus e gregos, pobres e ricos, escravos e livres. Nesse mundo, ser cristão foi um ato de heroísmo, mas o cristianismo era tudo o que os “homens de boa vontade” podiam desejar.
E hoje? Se por um lado podemos afirmar que a melhor evolução cultural da humanidade se fez no sentido para o qual apontavam os homens e as mulheres da primeira evangelização; se o cristianismo persiste como a mais elevada compreensão da natureza humana e a principal força dos que buscam a vida plena; se a Fé com o tamanho de um grão de mostarda ainda remove as montanhas da inércia e faz de carne os corações empedernidos; se tudo isso é verdade - e é verdade! - por outro lado o terreno parece uma vez mais esterilizado pelo hedonismo, pelo ócio, pela injustiça, pela violência, e nunca (mas nunca mesmo) a humanidade foi tão idólatra.
De lá para cá, o mundo se expandiu e se encolheu. Primeiro comovendo os corações dos bárbaros e, depois, levando nas velas a cruz da Salvação, a Igreja atravessou os oceanos e fez santos entre os selvagens de toda parte. Uma permanente evangelização dos pagãos num mundo tão grande que parecia não ter fim! Com o fluir dos séculos, contudo, os avanços da ciência e da técnica reduziram as distâncias e venceram os espaços, de tal forma que as religiões e as idolatrias se universalizaram. E são precisamente esses os contendores e os ambientes do novo milênio.
Numa perspectiva histórica, a realidade é muito semelhante àquela que se seguiu à queda do Império Romano. Então, era preciso recomeçar; agora, também. Onde estão, porém, nossos Agostinho, nossos Remígios, nossos Columbanos, nossos Bonifácios? Nossos cristãos se aculturaram ao paganismo? Cometerão, talvez, a suprema e trágica blasfêmia de considerar a mensagem de Cristo insuficiente para essa sociedade estéril? Julgarão ins
Percival Puggina. 30/9/07.
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