domingo, 31 de maio de 2009

NOS ACULTURAMOS AO PAGANISMO? MENSAGEM CRISTÃ

NOS ACULTURAMOS AO PAGANISMO? MENSAGEM CRISTÃ
Quando se analisam as circunstâncias em que as sementes do cristianismo foram semeadas, tudo parece muito lógico. A sociedade era decadente nos seus costumes, observava uma religiosidade inferior e insuficiente, sua “universalidade” se confundia com a “romanidade” - sendo, portanto, muito limitada para satisfazer a todos - e estava engessada em privilégios. Nesse terreno, esterilizado pelo hedonismo, ócio, injustiça e violência, os primeiros cristãos anunciavam e testemunhavam a fecundidade do trabalho, da pureza, o valor da família e a igual dignidade de todas as pessoas, entre as quais não distinguiam judeus e gregos, pobres e ricos, escravos e livres. Nesse mundo, ser cristão foi um ato de heroísmo, mas o cristianismo era tudo o que os “homens de boa vontade” podiam desejar.
E hoje? Se por um lado podemos afirmar que a melhor evolução cultural da humanidade se fez no sentido para o qual apontavam os homens e as mulheres da primeira evangelização; se o cristianismo persiste como a mais elevada compreensão da natureza humana e a principal força dos que buscam a vida plena; se a Fé com o tamanho de um grão de mostarda ainda remove as montanhas da inércia e faz de carne os corações empedernidos; se tudo isso é verdade - e é verdade! - por outro lado o terreno parece uma vez mais esterilizado pelo hedonismo, pelo ócio, pela injustiça, pela violência, e nunca (mas nunca mesmo) a humanidade foi tão idólatra.
De lá para cá, o mundo se expandiu e se encolheu. Primeiro comovendo os corações dos bárbaros e, depois, levando nas velas a cruz da Salvação, a Igreja atravessou os oceanos e fez santos entre os selvagens de toda parte. Uma permanente evangelização dos pagãos num mundo tão grande que parecia não ter fim! Com o fluir dos séculos, contudo, os avanços da ciência e da técnica reduziram as distâncias e venceram os espaços, de tal forma que as religiões e as idolatrias se universalizaram. E são precisamente esses os contendores e os ambientes do novo milênio.
Numa perspectiva histórica, a realidade é muito semelhante àquela que se seguiu à queda do Império Romano. Então, era preciso recomeçar; agora, também. Onde estão, porém, nossos Agostinho, nossos Remígios, nossos Columbanos, nossos Bonifácios? Nossos cristãos se aculturaram ao paganismo? Cometerão, talvez, a suprema e trágica blasfêmia de considerar a mensagem de Cristo insuficiente para essa sociedade estéril? Julgarão ins
Percival Puggina. 30/9/07.

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