T-000161/MESMO “EU” PERMANEÇO
Nos tempos pós-conciliares apareceram muitos teólogos, querendo romper com a tradicional explicação da composição do ser humano em corpo e alma. Começaram a alegar que nós, os humanos, seríamos uma unidade tão completa, que não haveria a mínima chance para uma separação entre alma e o corpo, na morte. Desde os filósofos gregos, acompanha a mentalidade cristã a idéia desse composto humano (matéria e espírito), único e todo o universo. A filosofia antiga chamava o homem de “microcosmo”, por ser o resumo mais cabal de todas as realidades possíveis de existir. As novas teologias, tentando ultrapassar as dificuldades e as obscuridades dessa explicação, e mantendo a fé na vida eterna, ousaram inovar. Afirmaram que não existem no homem duas realidades compostas (alma e corpo). Mas que o ser humano é um conjunto único. Ao morrer – com grande generosidade o afirmavam – os humanos recebem imediatamente a graça da ressurreição.
Mas aos poucos a boa lógica volta. Agora, talvez, com melhores explicações. Afirma-se, sim, que o nosso corpo vai mudando as células todas, durante a vida. A matéria é periodicamente substituída. Assim mesmo, o corpo é algo que me dá identidade. se eu dou meu currículo de vida, eu dou data de nascimento, filiação, estudos , aperfeiçoamento. Meu corpo me dá relações de nascimento, de parentesco, de comunidade religiosa. Mas ele termina, com a morte. O que há em nós de imperecível é a alma. Ela sempre é idêntica a si mesma. o nosso “eu” atravessa todas as vicissitudes da vida, e até a morte. E Deus, nosso sábio Pai, nos fez para sermos eternos. Pó isso Ele nos ama. E o amor é assim: ou é eterno, ou não é amor. O salmista descobre a sobrevivência após a morte: “Não abandonarás minha vida no sepulcro, nem deixará que teu santo experimente a corrupção” (SI 16, 10). O salmista entende que a comunicação com Deus é mais forte do que a destruição do corpo: “Quando a mim, estarei sempre contigo... estar junto de Deis é o meu bem” (SI 73, 23). O amor exige eternidade. A anciã da imortalidade supera o eu, para buscar uma comunidade com o tu, que é o mistério infinito do amor. estar com o Pai é a plenitude do mistério da vida.
Artigo publicado no Jornal de Uberaba/MG, por Dom Aloísio Roque Oppermann que é arcebispo metropolitano de Uberaba. Geraldo Porci de Araújo. 28/12/07.
Nos tempos pós-conciliares apareceram muitos teólogos, querendo romper com a tradicional explicação da composição do ser humano em corpo e alma. Começaram a alegar que nós, os humanos, seríamos uma unidade tão completa, que não haveria a mínima chance para uma separação entre alma e o corpo, na morte. Desde os filósofos gregos, acompanha a mentalidade cristã a idéia desse composto humano (matéria e espírito), único e todo o universo. A filosofia antiga chamava o homem de “microcosmo”, por ser o resumo mais cabal de todas as realidades possíveis de existir. As novas teologias, tentando ultrapassar as dificuldades e as obscuridades dessa explicação, e mantendo a fé na vida eterna, ousaram inovar. Afirmaram que não existem no homem duas realidades compostas (alma e corpo). Mas que o ser humano é um conjunto único. Ao morrer – com grande generosidade o afirmavam – os humanos recebem imediatamente a graça da ressurreição.
Mas aos poucos a boa lógica volta. Agora, talvez, com melhores explicações. Afirma-se, sim, que o nosso corpo vai mudando as células todas, durante a vida. A matéria é periodicamente substituída. Assim mesmo, o corpo é algo que me dá identidade. se eu dou meu currículo de vida, eu dou data de nascimento, filiação, estudos , aperfeiçoamento. Meu corpo me dá relações de nascimento, de parentesco, de comunidade religiosa. Mas ele termina, com a morte. O que há em nós de imperecível é a alma. Ela sempre é idêntica a si mesma. o nosso “eu” atravessa todas as vicissitudes da vida, e até a morte. E Deus, nosso sábio Pai, nos fez para sermos eternos. Pó isso Ele nos ama. E o amor é assim: ou é eterno, ou não é amor. O salmista descobre a sobrevivência após a morte: “Não abandonarás minha vida no sepulcro, nem deixará que teu santo experimente a corrupção” (SI 16, 10). O salmista entende que a comunicação com Deus é mais forte do que a destruição do corpo: “Quando a mim, estarei sempre contigo... estar junto de Deis é o meu bem” (SI 73, 23). O amor exige eternidade. A anciã da imortalidade supera o eu, para buscar uma comunidade com o tu, que é o mistério infinito do amor. estar com o Pai é a plenitude do mistério da vida.
Artigo publicado no Jornal de Uberaba/MG, por Dom Aloísio Roque Oppermann que é arcebispo metropolitano de Uberaba. Geraldo Porci de Araújo. 28/12/07.

Nenhum comentário:
Postar um comentário