Solidariedade é a mais extraordinária das virtudes sociais. Luta de classes é seu antônimo. A solidariedade promove o encontro dos desiguais. A luta de classes, que segundo Marx era o próprio motor da história, busca a vitória de uma classe sobre a outra. Daí nascia, para ele, a ditadura do proletariado, cujas várias experiências históricas, de fato, acabaram sempre em ditadura, mas com o proletariado em situação ainda mais degradada.
Apesar do abismo moral que separa os dois conceitos e do mostruário de fracassos que o marxismo exibe, parcela significativa da esquerda persiste no velho projeto. É ele que inspira, por exemplo, a vasta rede de “coletivos” e organizações de base em torno dos quais se articula, hoje, o movimento comunista internacional. Isso tudo tem sido farta e reiteradamente exposto a cada versão do Fórum Social Mundial. No Brasil, ademais, dada a estagnação econômica do país, a participação nesses organismos de base se constitui, também, em forma de ascensão social através das estruturas partidárias da esquerda. E nisso os tesoureiros têm sido os mais bem sucedidos.
O discurso em torno do qual se congregam essas múltiplas organizações aparelhadas pela esquerda assume-se como legitimamente solidário e mobilizador de elevados valores humanos. Aliás, somente pessoas desalmadas a ele se poderiam opor. Quem, em sã consciência, negará aos mais carentes o direito de reivindicação, ou lhes recusará a expressão das respectivas necessidades? Contudo, não precisaremos de lunetas ou microscópios para compreender que sua real finalidade está além dos objetivos imediatos que anunciam. Os fios com os quais se tece o cordão que configura tal rede são os fios do marxismo. Seu objetivo final é um projeto de poder.
Primeiro, porque há um abismo separando, na teoria e na prática, a solidariedade e a luta de classes. A palavra mais proferida e mais motivadora em encontros desses grupos é a palavra “luta”. Luta é o que de fato fazem, por todos os meios viáveis. Ora, a luta de classes, essencial à concepção marxista da história, implica a rejeição da solidariedade e da democracia. Solidariedade não é união por interesses comuns. E a política, na democracia, não é conflito, mas resposta para a solução solidária dos conflitos.
Segundo, porque apesar de o discurso tanto falar de “luta”, “vitória”, “opressores”, justiça e solidariedade, não há qualquer nó dessa rede de organizações dedicadas a interesses que não tenham significado ideológico, econômico ou classista.
Que solidariedade é essa que desconhece, por exemplo, os anciãos e seus asilos, as inúmeras instituições que se dedicam a cuidar dos dependentes químicos, as incontáveis outras que se desvelam no atendimento dos deficientes físicos, dos portadores de enfermidades degenerativas, dos orfanatos e assim por diante? Estes segmentos sociais sim são atendidos por aqueles que vêm à solidariedade como ela de fato é – a mais elevada das virtudes sociais. Autpr: Percival Puggina. Difusão: Geraldo Porci de Araújo. 29/12/06.
Apesar do abismo moral que separa os dois conceitos e do mostruário de fracassos que o marxismo exibe, parcela significativa da esquerda persiste no velho projeto. É ele que inspira, por exemplo, a vasta rede de “coletivos” e organizações de base em torno dos quais se articula, hoje, o movimento comunista internacional. Isso tudo tem sido farta e reiteradamente exposto a cada versão do Fórum Social Mundial. No Brasil, ademais, dada a estagnação econômica do país, a participação nesses organismos de base se constitui, também, em forma de ascensão social através das estruturas partidárias da esquerda. E nisso os tesoureiros têm sido os mais bem sucedidos.
O discurso em torno do qual se congregam essas múltiplas organizações aparelhadas pela esquerda assume-se como legitimamente solidário e mobilizador de elevados valores humanos. Aliás, somente pessoas desalmadas a ele se poderiam opor. Quem, em sã consciência, negará aos mais carentes o direito de reivindicação, ou lhes recusará a expressão das respectivas necessidades? Contudo, não precisaremos de lunetas ou microscópios para compreender que sua real finalidade está além dos objetivos imediatos que anunciam. Os fios com os quais se tece o cordão que configura tal rede são os fios do marxismo. Seu objetivo final é um projeto de poder.
Primeiro, porque há um abismo separando, na teoria e na prática, a solidariedade e a luta de classes. A palavra mais proferida e mais motivadora em encontros desses grupos é a palavra “luta”. Luta é o que de fato fazem, por todos os meios viáveis. Ora, a luta de classes, essencial à concepção marxista da história, implica a rejeição da solidariedade e da democracia. Solidariedade não é união por interesses comuns. E a política, na democracia, não é conflito, mas resposta para a solução solidária dos conflitos.
Segundo, porque apesar de o discurso tanto falar de “luta”, “vitória”, “opressores”, justiça e solidariedade, não há qualquer nó dessa rede de organizações dedicadas a interesses que não tenham significado ideológico, econômico ou classista.
Que solidariedade é essa que desconhece, por exemplo, os anciãos e seus asilos, as inúmeras instituições que se dedicam a cuidar dos dependentes químicos, as incontáveis outras que se desvelam no atendimento dos deficientes físicos, dos portadores de enfermidades degenerativas, dos orfanatos e assim por diante? Estes segmentos sociais sim são atendidos por aqueles que vêm à solidariedade como ela de fato é – a mais elevada das virtudes sociais. Autpr: Percival Puggina. Difusão: Geraldo Porci de Araújo. 29/12/06.
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