Ex-Ministro Anderson Adauto é apontado como um homem mais rico do que demonstra na declaração de bens: a reportagem transcrita (resumida) abaixo, assinada pelo jornalista Bernardino furtado, foi publicada no primeiro caderno do jornal correio brasiliense, ocupando as páginas 8 e 9, de domingo, 28 de agosto de 2005 (ontem).
patrimônio suspeito. Uberaba(MG) – Com saques no valor de R$ 1 milhão das contas do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza e acusações de corrupção feitas por subordinados durante os 15 meses em que esteve no comando do Ministério dos Transportes no governo Lula, o atual prefeito de Uberaba, Anderson Adauto (PL), é apontado por empresários, corretores de imóveis, ex-colaboradores e ex-correligionários como um homem muito mais rico do que espelha sua declaração de bens entregue ano passado à Justiça Eleitoral. O patrimônio é de R$ 1 milhão, constituído por uma casa, um apartamento, uma fazenda e alguns carros. Adauto nega a formação de patrimônio oculto, mas admite ter recebido, este ano, dinheiro emprestado de Valdecir Tomaz de Aquino, o Baú, apontado como testa-de-ferro do prefeito e que assume ter um patrimônio próximo de R$ 40 milhões, formado por cinco fazendas.
Em conversas recentes com amigos, Aquino disse ter emprestado, há dois meses, R$ 20 mil para Anderson Adauto “ir à praia”. A praia, no caso, foi a do Espelho em Porto Seguro (BA), onde Adauto costuma passar feriados e fins de semana. Numa dessas oportunidades, este ano, Aquino foi hóspede do prefeito de Uberaba. O fazendeiro disse também que emprestou, em 2004, R$ 30 mil para Anderson, então deputado federal e candidato a prefeito. Aquino chegou a reclamar da demora de Adauto em pagar o empréstimo. As informações revelam intimidade, mas foram dadas a interlocutores com o intuito de demonstrar que o prefeito de Uberaba é um homem “sem dinheiro”. Aquino procurou nessas ocasiões sustentar que não havia relação nenhuma entre o seu enriquecimento acelerado e a amizade com Adauto.
O prefeito nega que os R$ 20 mil empresados foram gastos numa ida à praia. Adauto diz que pediu a ajuda para remediar um “aperto financeiro” circunstancial. Segundo ele, um assessor foi à cidade de Centralina, onde Aquino mora, pegar o dinheiro, em espécie. Afirma que pagou o empréstimo menos de 30 dias depois. Assinou um cheque, no mesmo valor, e mandou entregar a Aquino. Prometeu apresentar, nos próximos dias, uma cópia do documento compensado. Adauto diz que o pagamento é uma prova de que Aquino não é seu testa-de-ferro. “Se fosse, eu não pagaria o empréstimo”, argumenta. Sobre a ajuda de R$ 30 mil na campanha de 2004, o prefeito reconhece o empréstimo do amigo, mas diz que precisa de mais tempo pra verificar como pagou a dívida.
“Se fosse (testa-de-ferro), eu não pagaria o empréstimo” Anderson Adauto, prefeito de Uberaba, ao admitir que fez e pagou empréstimos com Valdeci Tomaz de Aquino (foto). A 300 quilômetros de Uberaba, até as pedras da cidade de Ipiaçu (MG) dizem que a fazenda Boi de Ouro, na outra margem do rio Paranaíba, no município goiano de Inaciolândia, pertence a Anderson Adauto, embora o ex-ministro dos Transportes jamais tenha aparecido na propriedade. A fazenda, de 271 alqueires, equivalente a 1,3 mil hectares, está à venda, por aproximadamente R$ 9,5 milhões. Valdeci Tomaz de Aquino, o Badu, negocia a venda com interessados. Se apresenta como o proprietário. Em 2003, quando Adauto virou ministro, a fazenda foi comprada em nome da mulher de Aquino, Amanda Keruza da Cunha Câmara de Aquino.
A Fazenda Pública do Estado de Minas Gerais e a Fazenda Pública Federal certamente gostariam de ter certeza de que a Boi de Ouro pertence a Aquino. Até porque Amanda Keruza está com o nome limpo, embora tenha chegado de Natal (RN), em 1996, para viver com Valdeci, em Planura (MG), a 110 quilômetros de Uberaba, com pouco dinheiro na bolsa e nenhuma herança.
Valdeci Tomaz de Aquino não tem a mesma sorte da esposa. Pesa contra ele uma firma individual que leva o seu nome e 11 ações de execução fiscal. Em um dos processos, Valdeci Tomaz de Aquino responde juntamente com um sobrinho, Romes da Silveira, e um irmão, Donizete de Jesus Passos de Aquino, por um débito de R$ 1,58 milhão. Em outra, o fisco estadual cobra uma dívida de R$ 271 mil. O fazendeiro também é réu, juntamente com o irmão Donizete, em um processo por crime contra a ordem tributária. Esse tipo de ação, geralmente, refere-se à emissão de notas frias.
(Fotos da sede e pasto da fazenda Boi de Ouro, em Ipiaçu, avaliada em R$ 9,5 milhões e que seria do ex-ministro. Romes da Silveira acusa o tio, Valdeci Tomaz de Aquino de tê-lo usado pra comprar empresa em seu nome). “Laranja” tem dois processos
Em Planura, onde mora de favor num cubículo onde funcionou o escritório de um sacolão, hoje transformado em garagem de máquinas agrícolas, Romes da Silveira acusa o tio Valdeci Tomaz de Aquino de tê-lo usado como laranja. Romes, de 32 anos, continua a ser o que sempre foi: um chapa. Carrega e descarrega caminhões com os braços. No papel, no entanto, é dono da Romes da Silveira, razão social da Transbadu, alvo de execuções fiscais que ultrapassam R$ 2,5 milhões. Romes responde também a dois processos por crime contra a ordem tributária. No escritório de Valdeci, o Badu, na fazenda Milagre, em Centralina, há talões com o timbre da Transbadu e o endereço da sede da empresa, um barracão em Planura, tomado pelos credores. Abaixo do nome da empresa, o nome do dono: Valdeci e não Romes.
Proprietário oficial da Transbadu, Romes tinha carteira assinada na função de auxiliar de serviços gerais da firma Donizete Jesus Passos de Aquino, nome de um irmão de Valdeci, também com sede em Planura. O barracão que sediava a empresa está fechado. Segundo Romes, a empresa também serviu a Valdeci para transacionar com notas frias. Donizete mora em Planura e passa por dificuldades financeiras.
Segundo Romes, depois de ter descarregado fraudes fiscais na Transbadu e na Donizete Jesus Passos de Aquino, e numa firma individual com o próprio nome, Valdeci Tomaz de Aquino passou a operar em nome da mulher e de um empregado, o motorista de caminhão José Augusto de Menezes. O “Feijão Badu”, marca encontrada nas prateleiras de supermercados e mercearias do Triângulo Mineiro, traz no rótulo como firma empacotadora a J. A. Menezes Ltda. Tem o mesmo endereço do escritório de Valdeci, na fazenda Milagre, em Centralina. O telefone é o mesmo que aparece, na lista de assinantes da cidade, à frente do nome da mulher de Valdeci, Amanda Keruza da Cunha Câmara de Aquino.
Um outro irmão e empregado de Valdeci, Mário Dimas de Aquino, também enfrenta problemas com o fisco. Responde a duas execuções fiscais da Fazenda Pública Federal no valor de R$ 160 mil por fatos ocorridos no município de Planura. É réu em um processo por crimes contra a ordem tributária que tramita desde 2002 na Justiça Federal de Uberaba.
Foi em Planura, pelos idos de 1994, que o ex-ministro dos Transportes Anderson Adauto, então deputado estadual em campanha pela reeleição, diz ter conhecido Valdeci Tomaz de Aquino. Adauto diz ter pedido dinheiro emprestado a Aquino recentemente porque o amigo “está bem de vida”. O prefeito de Uberaba lembra que, em 1994, Aquino já tinha uma excelente situação financeira: casa muito boa e caminhonete nova.
O sobrinho de Romes diz que, até 1993, Aquino levava uma vida modesta. Não tinha casa própria e trabalhava com dois caminhões, um novo e um bastante usado. Em 1996, comprou uma pequena fazenda no município de Fronteira, próximo a Planura. Foi em 1999, segundo Romes, que os negócios de Aquino deslancharam, com a compra da Fazenda Milagre, em Centralina.
Valdeci Tomaz de Aquino diz ser dono da fazenda Milagre, de aproximadamente 300 alqueires, em Centralina (MG); da Boi de Ouro, de 271 alqueires, em Inaciolândia (GO); da fazenda Monark, em Peixe (TO), de 1.800 alqueires; de uma gleba de 190 alqueires, em Goiatuba, no sul de Goiás; e da Camaçari, em São José do Xingu (MT), no nome de Amanda Keruza de Aquino, vendida recentemente mas ainda não quitada pelo comprador. Em Centralina, Valdeci diz possuir oito pivôs centrais de irrigação usados no cultivo de feijão, principalmente.
Casa avaliada em US$ 2 milhões em condomínio fechado seria a última aquisição do prefeito mineiro MANSÃO ENTRE AMIGOS. Uma casa de US$ 2 milhões. Essa seria a aquisição mais recente do ex-ministro dos Transportes e atual prefeito de Uberaba, Anderson Adauto. O negócio foi confirmado, em conversa reservada, por um empresário amigo de Adauto e muito próximo do dono oficial do imóvel, Moacir Miranda Lanes. Adauto nega. Admite que Lanes ofereceu-lhe a casa no ano passado. Foi conhecê-la, gostou muito do que viu, mas rejeitou o negócio sob a alegação de que não tinha dinheiro para tanto. Diante da negativa, segundo Adauto, Lanes pediu-lhe que buscasse um comprador para o imóvel. “Eu me prontifiquei a ajudá-lo, falando da casa para grandes empresários que estavam vindo para Uberaba para fazer grandes investimentos industriais”, diz o prefeito.
A explicação de Adauto condiz com um detalhe da confidência feita pelo empresário amigo. Ele relatou que o prefeito, com receio de assumir oficialmente um negócio milionário na cidade que iria administrar, estava empenhado em convencer um grande capitalista com negócios em Uberaba a fazer transitoriamente esse papel.
O imóvel no condomínio fechado chamado Villagio dei Fiori é daqueles que merecem ser chamados de mansão. A começar pelas dimensões. Tem aproximadamente três mil metros quadrados de construção e está plantado sobre um terreno de quase dez mil quadrados, correspondente a dez lotes do tamanho padrão do condomínio. Atualmente, um lote do Villagio dei Fiori é oferecido no mercado imobiliário de Uberaba por R$ 120 mil.
Sete suítes, dois escritórios computadorizados, salão de jogos, duas piscinas, saunas seca e a vapor, quadra de esportes, adega e um salão de festas envidraçado com 6,5 metros de pé direito. Os exageros de Lanes não param por aí. A suíte principal tem 120 metros quadrados, sem incluir o banheiro dotado de uma banheira de hidromassagem gigantesca no centro e dependências separadas para o homem e para a mulher. No quintal, Lanes mandou construir uma réplica de capela colonial em adobe junto a um lago artificial cercado de palmeiras. A entrada principal da casa tem um portal de pedra sabão que parece ter pertencido a um templo antigo de alguma cidade do ciclo do ouro.
(Segue foto com o texto: A casa com sete suítes teria sido alugada por uma semana pela Prefeitura de Uberaba, sem licitação, em um contrato no valor de R$ 12.790)
Lanes diz que a casa “é a sua cara”. Nega ter vendido o imóvel a Anderson Adauto e que entrega a mansão para o primeiro comprador que dispuser de R$ 6 milhões. Diz que não será fácil fechar negócio porque o mercado imobiliário está retraído. Em março deste ano, Lanes e Joana D’arc Peixoto, que figuram como donos-da-casa, tomaram um empréstimo de R$ 880 mil ao Banco Rural. Deram a mansão em garantia. Na hipoteca, foi atribuído ao imóvel o valor de R$ 2,3 milhões. A primeira das 36 parcelas mensais do pagamento do empréstimo vence no próximo 20 de setembro. Cada parcela de R$ 24 mil está sujeita à variação dos certificados de depósito bancário (CDI) mais juros de 1% ao mês.
Convidados, Adauto diz ter se lembrado da casa do Villagio dei Fiori às vésperas da Expo zebu, ocorrida entre 30 de abril e 6 de maio, uma das mais tradicionais e milionárias feiras da pecuária brasileira. Diante da superlotação dos hotéis de Uberaba e cidades próximas, o prefeito recorreu à mansão construída por Moacir Lanes para abrigar convidados ilustres, entre eles o ministro do Desenvolvimento Social e do Combate à Fome, Patruz Ananias, o presidente do Ruralminas, Eduardo Brandão e empresários. Entre 26 e 28 de abril uma proposta de aluguel da casa tramitou formalmente na prefeitura. Com dispensa de licitação, foi assinado um contrato de locação por sete dias a partir de 30 de abril pelo valor global de R$ 17 mil. Em 9 de maio, uma ordem de pagamento da Prefeitura destinou a Lanes R$ 12.790 líqüidos. O “Termo de Contrato de Locação” apresentado pelo prefeito não menciona o nome de Joana D’arc Peixoto e é assinado pelo caseiro Marco Aurélio Milane. Portanto, sua validade legal tem de ser verificada com cuidado. Autor: jornalista Bernardino Furtado. 28 de agosto de 2005. Difundido por Geraldo Porci de Araújo.
Porci, Veja o resultado desta votação...Saudações.Paulo Monte Serrat. Eu já votei. Abs,Ariel O Estadão (jornal O Estado de São Paulo) está fazendo uma pesquisa de opinião sobre a decisão de a Justiça punir, com multa de 5,2 milhões, os dirigentes do MST que promoveram o bloqueio da estrada de ferro do Vale do Rio Doce.
Acho que todos devem votar, pois esses desmandos do MST precisam acabar. O link é este: Difusão: Geraldo Porci de Araújo. 28/8/2005
patrimônio suspeito. Uberaba(MG) – Com saques no valor de R$ 1 milhão das contas do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza e acusações de corrupção feitas por subordinados durante os 15 meses em que esteve no comando do Ministério dos Transportes no governo Lula, o atual prefeito de Uberaba, Anderson Adauto (PL), é apontado por empresários, corretores de imóveis, ex-colaboradores e ex-correligionários como um homem muito mais rico do que espelha sua declaração de bens entregue ano passado à Justiça Eleitoral. O patrimônio é de R$ 1 milhão, constituído por uma casa, um apartamento, uma fazenda e alguns carros. Adauto nega a formação de patrimônio oculto, mas admite ter recebido, este ano, dinheiro emprestado de Valdecir Tomaz de Aquino, o Baú, apontado como testa-de-ferro do prefeito e que assume ter um patrimônio próximo de R$ 40 milhões, formado por cinco fazendas.
Em conversas recentes com amigos, Aquino disse ter emprestado, há dois meses, R$ 20 mil para Anderson Adauto “ir à praia”. A praia, no caso, foi a do Espelho em Porto Seguro (BA), onde Adauto costuma passar feriados e fins de semana. Numa dessas oportunidades, este ano, Aquino foi hóspede do prefeito de Uberaba. O fazendeiro disse também que emprestou, em 2004, R$ 30 mil para Anderson, então deputado federal e candidato a prefeito. Aquino chegou a reclamar da demora de Adauto em pagar o empréstimo. As informações revelam intimidade, mas foram dadas a interlocutores com o intuito de demonstrar que o prefeito de Uberaba é um homem “sem dinheiro”. Aquino procurou nessas ocasiões sustentar que não havia relação nenhuma entre o seu enriquecimento acelerado e a amizade com Adauto.
O prefeito nega que os R$ 20 mil empresados foram gastos numa ida à praia. Adauto diz que pediu a ajuda para remediar um “aperto financeiro” circunstancial. Segundo ele, um assessor foi à cidade de Centralina, onde Aquino mora, pegar o dinheiro, em espécie. Afirma que pagou o empréstimo menos de 30 dias depois. Assinou um cheque, no mesmo valor, e mandou entregar a Aquino. Prometeu apresentar, nos próximos dias, uma cópia do documento compensado. Adauto diz que o pagamento é uma prova de que Aquino não é seu testa-de-ferro. “Se fosse, eu não pagaria o empréstimo”, argumenta. Sobre a ajuda de R$ 30 mil na campanha de 2004, o prefeito reconhece o empréstimo do amigo, mas diz que precisa de mais tempo pra verificar como pagou a dívida.
“Se fosse (testa-de-ferro), eu não pagaria o empréstimo” Anderson Adauto, prefeito de Uberaba, ao admitir que fez e pagou empréstimos com Valdeci Tomaz de Aquino (foto). A 300 quilômetros de Uberaba, até as pedras da cidade de Ipiaçu (MG) dizem que a fazenda Boi de Ouro, na outra margem do rio Paranaíba, no município goiano de Inaciolândia, pertence a Anderson Adauto, embora o ex-ministro dos Transportes jamais tenha aparecido na propriedade. A fazenda, de 271 alqueires, equivalente a 1,3 mil hectares, está à venda, por aproximadamente R$ 9,5 milhões. Valdeci Tomaz de Aquino, o Badu, negocia a venda com interessados. Se apresenta como o proprietário. Em 2003, quando Adauto virou ministro, a fazenda foi comprada em nome da mulher de Aquino, Amanda Keruza da Cunha Câmara de Aquino.
A Fazenda Pública do Estado de Minas Gerais e a Fazenda Pública Federal certamente gostariam de ter certeza de que a Boi de Ouro pertence a Aquino. Até porque Amanda Keruza está com o nome limpo, embora tenha chegado de Natal (RN), em 1996, para viver com Valdeci, em Planura (MG), a 110 quilômetros de Uberaba, com pouco dinheiro na bolsa e nenhuma herança.
Valdeci Tomaz de Aquino não tem a mesma sorte da esposa. Pesa contra ele uma firma individual que leva o seu nome e 11 ações de execução fiscal. Em um dos processos, Valdeci Tomaz de Aquino responde juntamente com um sobrinho, Romes da Silveira, e um irmão, Donizete de Jesus Passos de Aquino, por um débito de R$ 1,58 milhão. Em outra, o fisco estadual cobra uma dívida de R$ 271 mil. O fazendeiro também é réu, juntamente com o irmão Donizete, em um processo por crime contra a ordem tributária. Esse tipo de ação, geralmente, refere-se à emissão de notas frias.
(Fotos da sede e pasto da fazenda Boi de Ouro, em Ipiaçu, avaliada em R$ 9,5 milhões e que seria do ex-ministro. Romes da Silveira acusa o tio, Valdeci Tomaz de Aquino de tê-lo usado pra comprar empresa em seu nome). “Laranja” tem dois processos
Em Planura, onde mora de favor num cubículo onde funcionou o escritório de um sacolão, hoje transformado em garagem de máquinas agrícolas, Romes da Silveira acusa o tio Valdeci Tomaz de Aquino de tê-lo usado como laranja. Romes, de 32 anos, continua a ser o que sempre foi: um chapa. Carrega e descarrega caminhões com os braços. No papel, no entanto, é dono da Romes da Silveira, razão social da Transbadu, alvo de execuções fiscais que ultrapassam R$ 2,5 milhões. Romes responde também a dois processos por crime contra a ordem tributária. No escritório de Valdeci, o Badu, na fazenda Milagre, em Centralina, há talões com o timbre da Transbadu e o endereço da sede da empresa, um barracão em Planura, tomado pelos credores. Abaixo do nome da empresa, o nome do dono: Valdeci e não Romes.
Proprietário oficial da Transbadu, Romes tinha carteira assinada na função de auxiliar de serviços gerais da firma Donizete Jesus Passos de Aquino, nome de um irmão de Valdeci, também com sede em Planura. O barracão que sediava a empresa está fechado. Segundo Romes, a empresa também serviu a Valdeci para transacionar com notas frias. Donizete mora em Planura e passa por dificuldades financeiras.
Segundo Romes, depois de ter descarregado fraudes fiscais na Transbadu e na Donizete Jesus Passos de Aquino, e numa firma individual com o próprio nome, Valdeci Tomaz de Aquino passou a operar em nome da mulher e de um empregado, o motorista de caminhão José Augusto de Menezes. O “Feijão Badu”, marca encontrada nas prateleiras de supermercados e mercearias do Triângulo Mineiro, traz no rótulo como firma empacotadora a J. A. Menezes Ltda. Tem o mesmo endereço do escritório de Valdeci, na fazenda Milagre, em Centralina. O telefone é o mesmo que aparece, na lista de assinantes da cidade, à frente do nome da mulher de Valdeci, Amanda Keruza da Cunha Câmara de Aquino.
Um outro irmão e empregado de Valdeci, Mário Dimas de Aquino, também enfrenta problemas com o fisco. Responde a duas execuções fiscais da Fazenda Pública Federal no valor de R$ 160 mil por fatos ocorridos no município de Planura. É réu em um processo por crimes contra a ordem tributária que tramita desde 2002 na Justiça Federal de Uberaba.
Foi em Planura, pelos idos de 1994, que o ex-ministro dos Transportes Anderson Adauto, então deputado estadual em campanha pela reeleição, diz ter conhecido Valdeci Tomaz de Aquino. Adauto diz ter pedido dinheiro emprestado a Aquino recentemente porque o amigo “está bem de vida”. O prefeito de Uberaba lembra que, em 1994, Aquino já tinha uma excelente situação financeira: casa muito boa e caminhonete nova.
O sobrinho de Romes diz que, até 1993, Aquino levava uma vida modesta. Não tinha casa própria e trabalhava com dois caminhões, um novo e um bastante usado. Em 1996, comprou uma pequena fazenda no município de Fronteira, próximo a Planura. Foi em 1999, segundo Romes, que os negócios de Aquino deslancharam, com a compra da Fazenda Milagre, em Centralina.
Valdeci Tomaz de Aquino diz ser dono da fazenda Milagre, de aproximadamente 300 alqueires, em Centralina (MG); da Boi de Ouro, de 271 alqueires, em Inaciolândia (GO); da fazenda Monark, em Peixe (TO), de 1.800 alqueires; de uma gleba de 190 alqueires, em Goiatuba, no sul de Goiás; e da Camaçari, em São José do Xingu (MT), no nome de Amanda Keruza de Aquino, vendida recentemente mas ainda não quitada pelo comprador. Em Centralina, Valdeci diz possuir oito pivôs centrais de irrigação usados no cultivo de feijão, principalmente.
Casa avaliada em US$ 2 milhões em condomínio fechado seria a última aquisição do prefeito mineiro MANSÃO ENTRE AMIGOS. Uma casa de US$ 2 milhões. Essa seria a aquisição mais recente do ex-ministro dos Transportes e atual prefeito de Uberaba, Anderson Adauto. O negócio foi confirmado, em conversa reservada, por um empresário amigo de Adauto e muito próximo do dono oficial do imóvel, Moacir Miranda Lanes. Adauto nega. Admite que Lanes ofereceu-lhe a casa no ano passado. Foi conhecê-la, gostou muito do que viu, mas rejeitou o negócio sob a alegação de que não tinha dinheiro para tanto. Diante da negativa, segundo Adauto, Lanes pediu-lhe que buscasse um comprador para o imóvel. “Eu me prontifiquei a ajudá-lo, falando da casa para grandes empresários que estavam vindo para Uberaba para fazer grandes investimentos industriais”, diz o prefeito.
A explicação de Adauto condiz com um detalhe da confidência feita pelo empresário amigo. Ele relatou que o prefeito, com receio de assumir oficialmente um negócio milionário na cidade que iria administrar, estava empenhado em convencer um grande capitalista com negócios em Uberaba a fazer transitoriamente esse papel.
O imóvel no condomínio fechado chamado Villagio dei Fiori é daqueles que merecem ser chamados de mansão. A começar pelas dimensões. Tem aproximadamente três mil metros quadrados de construção e está plantado sobre um terreno de quase dez mil quadrados, correspondente a dez lotes do tamanho padrão do condomínio. Atualmente, um lote do Villagio dei Fiori é oferecido no mercado imobiliário de Uberaba por R$ 120 mil.
Sete suítes, dois escritórios computadorizados, salão de jogos, duas piscinas, saunas seca e a vapor, quadra de esportes, adega e um salão de festas envidraçado com 6,5 metros de pé direito. Os exageros de Lanes não param por aí. A suíte principal tem 120 metros quadrados, sem incluir o banheiro dotado de uma banheira de hidromassagem gigantesca no centro e dependências separadas para o homem e para a mulher. No quintal, Lanes mandou construir uma réplica de capela colonial em adobe junto a um lago artificial cercado de palmeiras. A entrada principal da casa tem um portal de pedra sabão que parece ter pertencido a um templo antigo de alguma cidade do ciclo do ouro.
(Segue foto com o texto: A casa com sete suítes teria sido alugada por uma semana pela Prefeitura de Uberaba, sem licitação, em um contrato no valor de R$ 12.790)
Lanes diz que a casa “é a sua cara”. Nega ter vendido o imóvel a Anderson Adauto e que entrega a mansão para o primeiro comprador que dispuser de R$ 6 milhões. Diz que não será fácil fechar negócio porque o mercado imobiliário está retraído. Em março deste ano, Lanes e Joana D’arc Peixoto, que figuram como donos-da-casa, tomaram um empréstimo de R$ 880 mil ao Banco Rural. Deram a mansão em garantia. Na hipoteca, foi atribuído ao imóvel o valor de R$ 2,3 milhões. A primeira das 36 parcelas mensais do pagamento do empréstimo vence no próximo 20 de setembro. Cada parcela de R$ 24 mil está sujeita à variação dos certificados de depósito bancário (CDI) mais juros de 1% ao mês.
Convidados, Adauto diz ter se lembrado da casa do Villagio dei Fiori às vésperas da Expo zebu, ocorrida entre 30 de abril e 6 de maio, uma das mais tradicionais e milionárias feiras da pecuária brasileira. Diante da superlotação dos hotéis de Uberaba e cidades próximas, o prefeito recorreu à mansão construída por Moacir Lanes para abrigar convidados ilustres, entre eles o ministro do Desenvolvimento Social e do Combate à Fome, Patruz Ananias, o presidente do Ruralminas, Eduardo Brandão e empresários. Entre 26 e 28 de abril uma proposta de aluguel da casa tramitou formalmente na prefeitura. Com dispensa de licitação, foi assinado um contrato de locação por sete dias a partir de 30 de abril pelo valor global de R$ 17 mil. Em 9 de maio, uma ordem de pagamento da Prefeitura destinou a Lanes R$ 12.790 líqüidos. O “Termo de Contrato de Locação” apresentado pelo prefeito não menciona o nome de Joana D’arc Peixoto e é assinado pelo caseiro Marco Aurélio Milane. Portanto, sua validade legal tem de ser verificada com cuidado. Autor: jornalista Bernardino Furtado. 28 de agosto de 2005. Difundido por Geraldo Porci de Araújo.
Porci, Veja o resultado desta votação...Saudações.Paulo Monte Serrat. Eu já votei. Abs,Ariel O Estadão (jornal O Estado de São Paulo) está fazendo uma pesquisa de opinião sobre a decisão de a Justiça punir, com multa de 5,2 milhões, os dirigentes do MST que promoveram o bloqueio da estrada de ferro do Vale do Rio Doce.
Acho que todos devem votar, pois esses desmandos do MST precisam acabar. O link é este: Difusão: Geraldo Porci de Araújo. 28/8/2005
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