sexta-feira, 24 de abril de 2009

CRIAÇÃO DO FILHO

T-000085/CRIAÇÃO DO FILHO
Um certo homem, preocupado com a criação do filho, resolveu conversar com o filho, e lhe disse: Sabe meu filho, até hoje não tive tempo para brincar com você.
Arranjei tempo para tudo, menos para ver você crescer. Nunca joguei dominó dama, xadrez ou batalha naval com você. Percebo que você me rodeia, mas sabe, sou muito importante eu não tenho tempo...
Sou importante para numerosos, convites-sociais, uma serie de compromissos importantes... E larga isso para sentar no chão com você... Não, não tenho tempo! Um dia você veio com o caderno da escola para o meu lado. Não liguei, continuei lendo o jornal.
Afinal, os problemas internacionais são mais sérios que os da minha casa. Nunca vi seu boletim nem sei quem é sua professora. Não sei nem qual foi sua primeira palavra, também você entende... Não tenho tempo.
De que adianta saber as mínimas coisas de você se eu tenho outras grandes coisas, a saber? Puxa como você cresceu! Você já passou da minha altura, está alto! Eu não havia reparado isso, aliás, não reparo quase nada, minha vida é corrida. E quando tenho tempo, prefiro usá-lo lá fora. E se uso aqui, perco-me calado diante da TV. Porque a TV é importante e me informa muito...
Sabe meu filho. A ultima vez que tive tempo para você, foi numa cama. Quando o fizemos! Sei que você se queixa. Que você sente falta de uma palavra. De pergunta minha. De um corre-corre. De um chute na sua bola. Mas não tenho tempo... Sei que você sente falta do abraço e do riso do andar a pé até a padaria para comprar guaraná. Do andar a pé até o jornaleiro para comprar pato Donald.
Mas sabe, há quanto tempo não ando a pé na rua? Não tenho tempo... Mas você entende sou um homem muito importante. Tenho que dar atenção a muita gente.
Dependo delas... Filho, você não entende de comercio!...Na realidade, sou um sem tempo! Sei que fica chateado. Porque as poucas vezes que falamos é monólogo, só eu falo. E noventa e nove por cento é bronca; Quero silêncio, quero sossego! E você tem péssima mania de vir correndo sobre a gente. Você tem ainda de querer pular nos braços dos outros... Filho, não tenho tempo para abraçá-lo. Não tenho tempo para fica com papo furado com criança, Filho.
O que você entende de computador, computação cibernética, racionalismo? Você sabe quem é Mancuso, Mac Luan? Sabe filho.
Não tenho tempo, mas o pior de tudo. Se você morresse agra, já neste entende. Eu ficaria com um peso na consciência porque até hoje. Não arrumei tempo para brincar com você. E na outra vida, por certo. Deus não terra tempo, de me deixar, pelo menos vê-lo.
O autor quis com este trabalho, para quem lê, é claro, que sirva de vacina, contra quem não tira, um pouco do seu tempo, para cariciar seus filhos, e tirá-lo do ostracismo, evitando assim que eles se tornem um meliante assassino. (O autor é desconhecido)

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