sexta-feira, 24 de abril de 2009

CRUZADA

P-00099/CRUZADA
“Trazemos dentro de nós todas as maravilhas que buscamos no nosso exterior.”
Sir Thomas Browne (1605 – 1682).
Novamente a mesma ladainha. Quando surge uma produção de significância, seja na literatura, música, teatro ou cinema, sempre a voz da discórdia para tripudiar a criatividade alheia.
Agora, a bola da vez é o filme Kingdom of Heaven, entre nós CRUZADA, do diretor Ridley Scott, que estreou neste maio em todo o mundo.
Jonathan Riley-Smith, um historiador britânico, da Universidade de Cambridge e especialista em Cruzadas, taxa o filme de pró-extremistas do Islã, dizendo até mesmo, que esta deve ser a versão autorizada por Osama bin Laden, (se meu péssimo inglês não me trai).
Marketing à parte, aliás especialidade e mantença dos publicitários de Hollywood, o que fica evidente é a falta de tolerância das pessoas com um olhar diferente do convencional, ou do que seja tido, por uns ou outros, como correto. Não vou apelar para a máxima de que a história é contada sobre o ponto de vista dos vencedores, porquanto, em se tratando de cruzadas as hipóteses quanto aos vencedores e derrotados são múltiplas. Além do que, se foi ou não um erro divino do Papa Urbano II e seus sucessores, o que jamais vamos descobrir, foi sem dúvida nenhuma, a forma encontrada pelo decadente feudalismo, para uma mínima sobrevida.
Se Deus, naquela ocasião falou aos homens, não foi para enviá-los à guerra, e muito menos, fazendo desta, requisito para indulgência plena, posto que, esta modalidade de expiação, não consta na Bíblia dos católicos. Se a cultura e gentileza dos mulçumanos liderados por Salah AL-din Yusuf, dito Saladino, não era da forma narrada no filme, igualmente os Cavaleiros Templários não eram mais ou menos violentos que os colonizadores de outras ordens e nacionalidades, inclusive os próprios turcos, posto que a força não é e nunca foi, motivo legítimo de convencimento.
A cultura do oriente sempre fascinou e ainda fascina a cultura ocidental, inclusive, sendo o principal sustentáculo para o renascimento cultural europeu, portanto, guerras são guerras, e as guerras sempre são o que são.Barbaridade, tragédia, sofrimento e desumanidade de um lado, progresso, miscigenação, aculturamento e desenvolvimento de outro, enfim, até este limite da insanidade é ambíguo, neste mundo de Deus.
Pois bem, vamos ao filme, além de um belo trabalho de fotografia, o filme pouco apresenta, sustenta um enredo singelo, até mesmo pueril, historicamente reducionista, não fosse à mensagem extremamente tocante implícita desde o princípio.
A de que não são as quimeras longínquas, a realização das insatisfações humanas, nem os propósitos mais sofisticados, a explicação para seus medos. As desventuras humanas, não encontram a panacéia no porvir, tampouco os pecados, são expiados fora do íntimo do ser.
A Jerusalém prometida do filme, o Jardim do Éden do Gênesis, a Atlântida de Platão, Camelô de Artur, Avalon de Morgana, a Nova Atlântida de Bacon, são paraísos idealizados pelo homem, na perspectiva de uma perfeição exógena, entretanto são fugas do imaginário.
Para uns, o mundo acontece, creio que para a maioria, para outros, deve ser construído de dentro pra fora, na estreita observância das leis naturais e nos preceitos do justo, assim como fez Balian, depois de cumprir o mister prometido. DIVERTA-SE.
Brilhante. Pergunta simples. Por que o frango atravessou a estrada? Respostas umas quanto complexas.
Uma Professora Primária, pergunta: porque o frango queria chegar ao outro lado da estrada. Uma criança: porque ele quis. Polyana. Porque estava feliz. Platão: porque buscava alcançar o Bem. Aristóteles: é da natureza do frango cruzar a estrada. Nelson Rodrigues: porque viu sua cunhada, uma galinha sedutora, do outro lado. Marx: o atual estágio das forças produtivas exigia uma nova classe de frangos capazes de cruzar a estrada. Amir Klink: para ir a onde nenhum frango jamais esteve. Martin Lutero King: eu tive um sonho. Vi um mundo no qual todos os frangos serão livres para cruzar a estrada sem que sejam questionados seus motivos. Frege: a preocupação com o fato de o frango ter cruzado a estrada é um sintoma de sua insegurança sexual.
Darwin: ao longo de grandes períodos de tempo, os frangos têm sido selecionados naturalmente, de modo que, agora, têm uma predisposição genérica a cruzar estrada. Einstein: Se o frango cruzou a estrada ou a estrada se moveu sob o frango, depende de ponto de vida. Tudo é relativo. Fernando Henrique Cardoso: Por que ele atravessou a estrada, em ao caso. O importante é que, com o Real, o povo está comendo mais frango. Assim não pode, assim não dá uma discussão desta monta. Maluf: O meu governo foi o que construiu mais passarelas para frangos. Quando for eleito novamente vou construir galinheiros deste lado para o frango não ter que atravessar a estrada. Maconheiro: Pô, foi só uma viagem, a ê ê. Feministas: Para humilhar a franga, num gesto exibicionista, tipicamente masculino, tentando alem disso, convencê-la de que, enquanto franga, jamais terá habilidade suficiente para cruzar a estrada. Che Guevara: Hay que cruzar la carreteira, pero sin perder la ternura jamês. Caetano Veloso: Já dizia Gil, o frango é amaro, é lind, uma coisa assim amara. Ele. Autor desconhecido.

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